Crítica | "Bom dia, Verônica" é intensa, cruel e real

Baseado no livro homônimo de Raphael Montes e Ilana Casoy, Bom dia, Verônica é a nova série brasileira da Netflix já está disponível.

Abaixo você pode conferir as nossas primeiras impressões, sem spoiler!

Bom dia, Verônica


"Bom dia, Verônica", concentra-se na personagem Verônica Torres, escrivã da Delegacia de Homicídios de São Paulo - personagem que dá nome à série, interpretada por Tainá Müller. Intrigada com dois casos, ela inicia quase por conta, as investigações, repletas de suspense e ação para ajudar as vítimas da violência e da injustiça.

Sem medo de chocar, a série mostra com realismo o impacto dos crimes em suas vítimas, e como a mente cruel de um serial killer inteligente e perigoso funciona.

Reprodução/Netflix

De forma hipnotizante, a produção da Netflix consegue se mostrar autenticamente brasileira, ao narrar casos perturbadores de abusos, violência doméstica e assassinatos brutais.

Aqueles que procuram entender a engrenagem da mente humana, "Bom Dia, Verônica" espelha tanto o comportamento sádico de um assassino em série como o da investigadora, que se concentra em entender a maneira que o criminoso age. Toda essa tensão criada desde a primeira cena, é alimentada em um ritmo único.



"Bom Dia, Verônica" conduz sua trama policial em uma fusão de medo e coragem. Quando a figura em cena é a do psicopata, o sentimento de impotência e submissão é exposto, carregando quem assiste para dentro da "caixa do terror". A garganta engasga e o frio na barriga aparece, quando sobrevém as atrocidades transparecidas em um ser desprovido de afeto e que se excita ao provocar o sofrimento.

A coragem por vez, impulsionada pela sede de justiça, é manifestada pela presença de Verônica, que enfrenta desde seus traumas do passado, até o antagonismo do sistema enquanto soluciona os crimes.

Se por hora, as obviedades diminuem o impacto, as atuações do ciclo principal, arrebatam e devolvem à trama toda energia e fôlego dessa caçada de gato e rato.

Reprodução/Netflix

Toda essa atmosfera pesada, não diminui a força em abordar o preconceito sofrido pela mulher, quando o lado feminino não é ouvido, seus problemas não são importantes e, principalmente, a imagem de que tudo é culpa da mulher.

Em várias cenas fica evidente como a prioridade é parecer que está tudo bem, e não proteger as mulheres que precisam de ajuda. E a gente sabe que isso muitas vezes não é ficção.

Reprodução/Netflix

O preconceito se enraíza de uma forma tão absurda, e a crítica em cima disso é tão clara, que até mesmo outra mulher, em cargo superior externa esse desprezo, subestimando e tratando com inferioridade suas semelhantes.

"Bom Dia, Verônica" é intensa, cruel e real. A série brasileira, pelo menos nesses episódios iniciais, se mostra promissora e merece ser vista pelo mundo. Prepare seu psicológico para mergulhar numa mente sombria e suja, incapaz de ter compaixão ou qualquer outro sentimento.

Divulgação/Netflix

"Bom Dia, Verônica", traz nos papéis principais Tainá MullerCamila Morgado e Du Moscovis. A série é dirigida por José Henrique Fonseca (Heleno) com produção da Zola Filmes. Completam o elenco Elisa Volpatto, Silvio Guindane, César Melo, Adriano Garib e Antônio Grassi.

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