Crítica | O Diabo de Cada Dia: Netflix entrega tudo o que um bom filme precisa

Baseado no romance de Donald Ray Pollock, de 2011, O Diabo de Cada Dia é ambientado na zona rural do sul de Ohio, ao longo de duas décadas, com personagens sombrios, incluindo um casal de serial killers, um pregador da fé e um xerife corrupto.

As histórias de todos os personagens são desenvolvidas para apresentar o clímax do longa, que gira em torno de Arvin Russel, interpretado por Tom Holland.

O elenco conta ainda com Bill Skarsgard, Robert Pattinson, Haley Bennett e Sebastian Stan.

Divulgação/Netflix



Funciona como série

Para contar a história, o diretor Antonio Campos, que também co-escreveu a adaptação com Paulo Campos, usa um narrador para situar o espaço e tempo. Isso funciona bem para a interpretação, porém a narrativa se torna lenta. As grandes atuações, por vezes, desvia a atenção deste tropeço.

Dividida em três tempos, a trama funciona como série. Cada período pode ser interpretado como episódio, construindo uma história violenta com personagens que usam o nome de Deus para justificar seus atos cruéis.



O longa é um mergulho intenso sobre fé e violência

O gatilho é Willard Russell, interpretado por Bill Skarsgård, que desencadeia uma série de eventos sombrios, resultado de traumas e frustrações.

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A fé sempre é utilizada como fio condutor e como o próprio título revela, Willard precisa vencer todos os dias os seus demônios.

O Diabo de Cada Dia se beneficia com a atuação de Skarsgård, que entrega o personagem mais assustador.

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O clima angustiante apresentado para contar a história de Willard, se repete quando o foco se torna Arvin Russel (Tom Holland).

Apesar do passado, Arvin busca uma normalidade. Entretanto, sempre é empurrado para a atmosfera instável de tragédias. Todos estão à beira da morte o tempo todo.



Entre salvação e pecado

Neste clima instável surge o Pastor Preston Teagardin (Robert Pattinson), que faz os questionamentos sobre fé e violência se instaurarem com maior força.

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Aqui, é necessário destacar a atuação de Robert Pattinson, que se torna um dos pontos mais altos do filme. Entre salvação e pecado, a figura do Pastor é forte e fulminante, incendiando com sermões carregados de justiça divina e condenação. O pregador, que mais parece um fanático, tem muito mais a revelar do que podemos imaginar.

Preston Teagardin deve se tornar um divisor de águas na carreira de Robert Pattinson. O personagem funciona como aquecimento antes de o vermos interpretando o Batman.

Como em um quebra-cabeça, quando todas as peças se juntam, tudo faz sentido. Em 2 horas de filme, O Diabo de Cada Dia explora mais os pecadores do que os seus pecados, interessado em mostrar a intenção por trás de cada ação.

O Diabo de Cada Dia estreia na Netflix em 16 de setembro.

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