Em 2018, Mike Flanagan apresentou A Maldição da Residência Hill, de Shirley Jackson, mostrando que aqueles que entram na Residência Hill, tendem a nunca mais sair, e claro, com o público não foi diferente. A série foi um sucesso instantâneo, conquistando não só os amantes de um bom terror. Agora, Flanagan nos leva A Maldição da Mansão Bly, um ambiente igualmente perturbador.
![]() |
Divulgação/Netflix |
Preparem-se para afundar mais uma vez no poço do medo, em uma obra tão poderosa quanto a primeira da antologia de terror da Netflix, com uma narrativa perfeitamente esplêndida.
Confira abaixo nossas primeiras impressões, sem spoiler!
Confira abaixo nossas primeiras impressões, sem spoiler!
Baseada no livro "A Volta do Parafuso" de Henry James, "A Maldição da Mansão Bly" se passa nos anos 80, trazendo alguns nomes do elenco de A Maldição da Residência Hill, revelando-se tão bela e trágica, carregando detalhadamente cada personagem à uma assombrada e triste história.
A temporada de 9 episódios centra sua narrativa em Dani (Victória Pedretti), uma au pair que se muda para o interior da Inglaterra para cuidar de duas crianças órfãs. O emprego dos sonhos é também uma tentativa de fugir do passado.
![]() |
A Maldição da Mansão Bly |
Flora (Amelie Smith), é uma menina excêntrica, com uma estranha coleção bonecas feitas à mão, e Miles (Benjamin Evan Ainsworth), seu irmão mais velho, apresenta-se muito mais maduro, o que não condiz com a sua idade. Ambos são genuinamente doces e assustadores.
Bly é cuidada por uma governanta, Hannah (T'Nia Miller); uma jardineira, Jamie (Amelia Eve); e um cozinheiro, Owen (Rahul Kohli).
![]() |
A Maldição da Mansão Bly |
Ao longo de seus episódios, a história constrói sua narrativa destrinchando lentamente cada um de seus personagens, trazendo de maneiras distintas seus passados, desde mudanças, mortes trágicas e amores que lhes foram tirados, cada um deles explorado em forma de memórias.
O tom melancólico, faz por hora a série de terror tornar-se um drama, e a paciência aqui é uma virtude, já que é necessário, para não se perder, mastigar pausadamente cada parte da história, mas isso não se torna nem um pouco cansativo.
O tom melancólico, faz por hora a série de terror tornar-se um drama, e a paciência aqui é uma virtude, já que é necessário, para não se perder, mastigar pausadamente cada parte da história, mas isso não se torna nem um pouco cansativo.
![]() |
A Maldição da Mansão Bly |
Dosado com acertadas doses de sustos, temos aqui um série de terror estruturada nos personagens e não sobre a casa em si (apesar de ser o ponto crucial de todos os acontecimentos).
Uma das coisas que funcionam perfeitamente na segunda temporada é o uso de signos para criar uma expectativa e uma tensão ao explicar a história. Na primeira temporada, por exemplo, Flanagan utiliza esta técnica com a "a moça do pescoço torto", em Bly isso acontece mais de uma vez.
A trama, repete de forma muito mais rica, a exploração da dor, da morte e das tentativas de escapar de tudo isso. Imergindo numa história de família construída não por laços sanguíneos, mas por perdas e sofrimentos.
Como na temporada anterior, cada atuação é essencial nessa formação de camadas de dor e tragédia. Victoria Pedretti retorna ainda mais à vontade em uma narrativa de terror, impondo o protagonismo com sutileza e força.
As crianças são, como diz Flora, "perfeitamente esplêndidas". Os novos rostos acrescentados à antologia, se encaixando com exatidão no romance gótico.
Mesmo sendo terrivelmente perturbadora, com sustos sempre presentes, "A Maldição da Mansão Bly" é mais do que uma história de fantasmas, a série fala sobre o amor.
As crianças são, como diz Flora, "perfeitamente esplêndidas". Os novos rostos acrescentados à antologia, se encaixando com exatidão no romance gótico.
Mesmo sendo terrivelmente perturbadora, com sustos sempre presentes, "A Maldição da Mansão Bly" é mais do que uma história de fantasmas, a série fala sobre o amor.
![]() |
A Maldição da Mansão Bly |
A verdade é que nunca estamos preparados para partir, e às vezes a única coisa que nos mantém vivos, ou presos neste mundo é o amor, ainda que seja na sua mais assustadora e cruel forma.
Ninguém quer ser esquecido ou simplesmente desaparecer. E A Maldição da Mansão Bly narra isso com esplêndida perfeição. Não se assuste se uma série de terror te fizer chorar no final, confesso que isso aconteceu comigo.
Ninguém quer ser esquecido ou simplesmente desaparecer. E A Maldição da Mansão Bly narra isso com esplêndida perfeição. Não se assuste se uma série de terror te fizer chorar no final, confesso que isso aconteceu comigo.
A Maldição da Mansão Bly já está disponível na Netflix.
0 Comentários